O mundo da inovação em transportes acaba de sofrer um abalo sísmico. Em 11 de novembro de 2025, Elon Musk, o audacioso CEO da The Boring Company, lançou uma bomba no X, afirmando que sua empresa poderia construir um túnel transatlântico ligando Nova York a Londres por apenas US$ 20 bilhões. Tempo de viagem? Incríveis 54 minutos.
A publicação de Musk, com data e hora marcadas às 8h47 (horário do leste dos EUA), dizia: “Túnel transatlântico? A Boring Co. consegue fazer o túnel entre Nova York e Londres em menos de uma hora por US$ 20 bilhões. Cápsulas do Hyperloop a mais de 4.800 km/h. Quem topa?” A publicação acumulou 1,2 milhão de curtidas na primeira hora, gerando uma onda de especulações e memes nas redes sociais.

Esta não é a primeira vez que Musk flerta com a ideia. O conceito de uma ligação submarina entre a costa leste dos EUA e a Europa remonta ao século XIX, mas as propostas modernas ganharam força no final de 2024, após a divulgação da estimativa de US$ 20 trilhões da empresa de engenharia Arup. Musk a descartou como “absurdamente inflada”, prometendo que sua tecnologia de perfuração de túneis poderia reduzir os custos em 1.000 vezes.
O túnel proposto se estenderia por mais de 5.000 quilômetros sob o Oceano Atlântico, superando em muito os 50 quilômetros do Túnel da Mancha, entre a Inglaterra e a França. Utilizando tubos selados a vácuo e levitação magnética (maglev), as cápsulas deslizariam sem atrito, atingindo velocidades de até 8.000 km/h — mais rápido que um jato Concorde.
Os especialistas estão divididos. A Dra. Lena Vasquez, engenheira civil do MIT, afirmou que a ideia é “plausível em teoria” durante uma entrevista à CNN esta manhã. “O ‘Lake Loop’ de Musk prova que a tecnologia de vácuo funciona em pequena escala. Mas escalonar para as profundezas oceânicas? Aí está o problema: pressão, terremotos e financiamento.”
As preocupações ambientais são enormes. A Dorsal Mesoatlântica, um ponto crítico tectônico instável, apresenta riscos sísmicos. A construção poderia perturbar ecossistemas marinhos, desde baleias até fontes hidrotermais em águas profundas. No entanto, os defensores argumentam que isso reduziria drasticamente as emissões da aviação, com uma cápsula transportando 28 passageiros sem emissões, em comparação com o consumo de combustível de um Boeing 787.
Economicamente, o risco é astronômico. Um investimento de US$ 20 bilhões — uma ninharia para a fortuna de Musk, estimada em US$ 320 bilhões — poderia render trilhões em retornos. Pessoas se deslocando diariamente para o trabalho? Turistas indo rapidamente da Torre Eiffel para a Broadway? Veículos de carga revolucionando o comércio global? Analistas de Wall Street do Goldman Sachs projetam um aumento de 15% no PIB para cidades conectadas.
A Boring Company, fundada em 2016 para “resolver o problema do trânsito”, já perfurou 16 quilômetros de túneis urbanos só em Las Vegas. A recente compra de ações da Tesla por Musk, no valor de US$ 112 milhões, sinaliza fluxo de caixa para apostas ousadas. “Isso não é ficção científica”, ele tuitou em seguida. “É chato — literalmente.”

Os céticos são muitos. O ex-engenheiro da NASA, Mark Thompson, tuitou: “Escavação de túneis oceânicos a essa profundidade? Precisaríamos de materiais mais resistentes que diamante. E US$ 20 bilhões? Tente US$ 200 bilhões, no mínimo.” Obstáculos internacionais persistem: tratados entre EUA e Reino Unido, regulamentações da UE e autorizações de segurança da OTAN para infraestrutura subaquática.
A reação do público foi eletrizante. A hashtag #MuskTunnel virou tendência mundial, com britânicos brincando sobre “invasões ianques pelo metrô” e nova-iorquinos sonhando com escapadas rápidas para maratonas de bares. Celebridades também entraram na onda — Ryan Reynolds brincou: “Finalmente, um jeito de chegar à Londres do Deadpool sem jet lag.”
Politicamente, o momento é impecável. Com Trump de volta à Casa Branca após 2024, o papel de consultor de Musk poderia acelerar a liberação de verbas federais. O gabinete do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, emitiu uma declaração cautelosa: “Interessante, mas primeiro é preciso realizar estudos de viabilidade”. A extensão da linha Crossrail de Londres, concluída em 2022, oferece um modelo para megaprojetos.
Entre os facilitadores tecnológicos, estão os protótipos influentes, embora extintos, do Hyperloop One, agora presentes nos projetos de Musk. As cápsulas contariam com sistemas de suporte à vida semelhantes aos de espaçonaves, com navegação por IA para desviar de correntes submarinas. Pontos de entrada? A revitalização da Penn Station em Nova York; um centro submerso próximo a Dover, na Inglaterra.
Críticos como o Greenpeace alertam para a “exploração da economia azul”, defendendo alternativas movidas a energia solar. Mas Musk rebate: “Os voos emitem 2% do CO2 global. Este túnel? Emissões líquidas zero desde o primeiro dia.” Seus foguetes reutilizáveis da SpaceX fornecem tecnologia de ponta para máquinas perfuradoras de águas profundas.
Os investidores estão ansiosos. As ações da Tesla subiram 2% no pré-mercado, enquanto a avaliação da Boring Co. — privada, mas especulada em US$ 7 bilhões — pode multiplicar por 10. O investidor de capital de risco Chamath Palihapitiya publicou: “Elon está transformando oceanos em rodovias. Aposte alto.”
Os efeitos globais se estendem aos concorrentes. A chinesa BYD mira uma concorrente no Pacífico; a europeia Hyperloop TT acelera os testes entre Berlim e Paris. Se concretizado, esse túnel redefine fronteiras, tornando o Atlântico uma mera poça d’água.

Os desafios continuam enormes. Perfurar rocha basáltica a 3,2 quilômetros de profundidade exige uma precisão quase divina. Os estouros de orçamento afetaram o Big Dig de Boston; multiplique isso por 100 para uma escala transatlântica. O histórico de Musk — atrasos no Cybertruck, explosões da Starship — alimenta as dúvidas.
Ainda assim, o otimismo prevalece. Um estudo da Arup de 2025, citado na publicação de Musk, prevê viagens de 54 minutos a 6.400 km/h (4.000 mph) com as ligas metálicas atuais. Cápsulas: luxuosas, com janelas de realidade virtual que simulam pores do sol sobre as ondas.
Para os viajantes, é a utopia. Executivos fechando negócios durante o café da manhã inglês; famílias se reencontrando sem o cansaço de voos noturnos. Preços das passagens? Musk sugere US$ 1.000 ida e volta, um valor inferior aos US$ 12.000 cobrados pelo Concorde.
Ao meio-dia em Londres, Musk anuncia uma palestra TED no próximo mês. “A Boring Company não está cavando buracos — está conectando mundos.” Seja um sonho utópico ou um triunfo da engenharia, essa afirmação consolida o legado de Musk como o disruptor do setor de transportes.
O debate continua acirrado: gênio visionário ou charlatão que promete demais? A história favorece o primeiro — carros elétricos, foguetes reutilizáveis. Até 2035? Reserve já seu ingresso para o túnel.
Em Hanói, onde os sonhos de trens de alta velocidade ainda estão em fase inicial, essa notícia inspira. A linha Norte-Sul do Vietnã, orçada em US$ 67 bilhões, empalidece, mas o projeto de Musk poderia influenciar as conexões da ASEAN.
Em última análise, o túnel simboliza o alcance da humanidade — unindo divisões, literais e figurativas. Como Musk tuitou: “Da Terra à Terra, um túnel de cada vez.”